domingo, 17 de maio de 2015

Segundo ano de gestão da Ecoflor

       A segunda gestão da Ecoflor foi repleta de emoções, para falar um pouco mais sobre a história da Ecoflor, Felipe Paulucio, Diretor presidente da empresa no segundo ano da Ecoflor falou um pouco das suas experiências e do que aconteceu naquele período.

ECOFLOR: O que te motivou a entrar em uma empresa júnior? O que te fez querer ser presidente? Como foi essa escolha? 

FELIPE: Como ingressei na ECOFLOR logo no início da graduação, o principal motivo de querer fazer parte da EJ foi a possibilidade de aliar o conhecimento teórico adquirido nas aulas com a sua aplicação prática nos diversos ramos de atuação da Engenharia Florestal. Durante minha graduação, tive a impressão de que o curso de Engenharia Florestal da UnB se voltava mais para atividades de pesquisa e desenvolvimento. Dessa forma, enxerguei na ECOFLOR a oportunidade de adquirir experiência em projetos e, por conseguinte, de ter uma visão real do mercado de trabalho reservado aos engenheiros florestais em Brasília.
Com o fim da primeira gestão da ECOFLOR, muitos dos membros e quase a totalidade dos fundadores concluíram a graduação ou estavam em vias de se formar. O quadro de colaboradores ficou muito reduzido e poucos se interessaram em assumir alguma diretoria, inclusive a presidência. Por e-mail, candidatei-me à presidência da EJ, assim como os demais membros que participaram das eleições. Cada membro se candidatava por e-mail à diretoria que gostaria de ocupar. Seguindo o estatuto da ECOFLOR, a antiga diretoria realizou o processo eletivo e meu nome foi escolhido para ocupar o lugar de diretor presidente. Por fim, a lista de diretores selecionados foi aprovada pelos demais membros.

E: Quais foram as principais barreiras encontradas na sua gestão? Como foi essa superação?

F: Minha inexperiência agregada à saída dos membros mais antigos da empresa contribuiu para as principais dificuldades enfrentadas pela EJ durante a 2ª gestão. A empresa havia sido criada, mas muito faltava para que ela se estruturasse plenamente. Além disso, nosso quadro de colaboradores precisava de novos membros. 
Minha principal preocupação era fazer com que a ECOFLOR perpetuasse. Nesse sentido, oxigenar o quadro de colaboradores era ponto chave. Ao realizar o processo seletivo, nosso objetivo foi selecionar alunos mais experientes e com vontade de assumir a empresa. Creio que fomos bem-sucedidos, pois o grupo que selecionamos logo se identificou com a EJ e se mostrou interessado em continuar o trabalho. 
Para não deixar de citar, a falta de projetos e outros problemas relacionados a questões burocráticas também contribuíram para uma segunda gestão turbulenta. 

E: Como foi a relação do departamento com a empresa nesse período? Eles apoiavam a Ecoflor? 

F: Pode-se dizer que a relação da ECOFLOR com o departamento durante a segunda gestão foi neutra. Não houve nenhum episódio ou atitude por parte do departamento que pudesse prejudicar a EJ. Muito pelo contrário, o departamento sempre deu total liberdade para que agíssemos e fôssemos independentes. 

E: Quanto aos professores, eles apoiavam? Quais professores abraçaram a ideia? O que eles fizeram para ajudar? 


F: Durante a 2ª gestão, o relacionamento da ECOFLOR com os professores foi amigável, porém distante. Devido à escassez de projetos, nossa procura por amparo em questões técnicas foi reduzida. No entanto, nas ocasiões em que buscamos algum apoio dos professores, eles se mostraram solícitos e dispostos a ajudar. 
       Entre outros, lembro-me do professor Volpato como um grande incentivador da ECOFLOR. Era uma pessoa atenciosa e que defendia a existência da Empresa Júnior. Não me recordo se o projeto foi concluído, porém ele quis contratar a ECOFLOR para que realizássemos a averbação da reserva legal de sua propriedade com o objetivo de proporcionar o aprendizado dos nossos membros. 

E: Quanto aos alunos, o processo seletivo teve muitos inscritos? Os alunos tinham vontade de entrar na empresa? 

F: O interesse dos alunos em participar era modesto, infelizmente não consigo me lembrar a quantidade de inscritos. Entretanto, ficamos bem satisfeitos com o processo seletivo. Nosso objetivo de encontrar membros interessados em assumir a empresa foi alcançado. Creio que a diretoria da 3ª gestão foi quase em sua totalidade composta por alunos selecionados nesse processo seletivo. 

E: Quais diretorias existiam? Você acha que a divisão das diretorias era adequada? 

F: No início da 2ª gestão, existiam, além do conselheiro fiscal, seis diretorias, quais sejam: Presidente, Recursos Humanos, Administrativo, Marketing, Projetos e Financeiro. Tínhamos a impressão que a diretoria administrativa e financeira poderia ser unificada, no entanto, isso só foi realizado por iniciativa da terceira gestão, na qual participei como conselheiro fiscal. 

E: Como era o fluxo de projetos? Vocês conseguiram muitos projetos nesse período? Que tipo de projeto vocês pegaram? 

F: Infelizmente, a captação de projetos foi baixa. Creio que fomos contratados apenas para dois trabalhos, um de análise de viabilidade econômica e outro de plantio de eucalipto. Isso aconteceu, lamentavelmente, já nos últimos meses da 2ª gestão. Se não estou enganado, ainda durante a 2ª gestão, um de nossos membros ministrou um curso de ArcGIS para os alunos da UnB. A ECOFLOR recebeu parte do valor das inscrições e se responsabilizou por emitir os certificados. 

E: Tem mais algum ponto da história da Ecoflor que você acha importante que saibamos? 

F: Apesar de não me lembrar de episódios cuja relevância mereça destaque, utilizarei esse espaço para deixar um breve relato. Fui Diretor-Presidente da ECOFLOR há 5 anos, por conseguinte, para responder a algumas das perguntas desta entrevista, tive que procurar informações em e-mails antigos. Nessa busca, pude reviver o que foi fazer parte da EJ. Inúmeras foram as discussões, as dificuldades e os debates gerados por opiniões divergentes. 
       Sem dúvida, foi uma experiência enriquecedora trabalhar na Empresa Júnior. À época, minha principal meta era captar projetos para, então, adquirir conhecimento prático e desenvolver a empresa. No entanto, atualmente, reconhecendo que essa meta não foi alcançada da maneira como idealizei, percebo que essa etapa deixou um legado precioso. À minha formação, graças à relação interpessoal vivida dentro da empresa, agregaram-se valores imprescindíveis ao trabalho em equipe, tais como: humildade, flexibilidade, tolerância, confiança e comprometimento. 
       Para uma formação completa, acredito que o aluno tenha que buscar fontes que vão além das disciplinas ofertadas. Enxergo a participação em uma EJ como a oportunidade que o aluno tem de conhecer o mercado de trabalho a partir de uma posição privilegiada. Por mais que o foco não seja trabalhar na iniciativa privada, vivenciar o trabalho de uma empresa procurando evoluir como profissional e, também, como ser humano, é capaz de despertar habilidades no aluno que a Universidade, possivelmente, não conseguiria desenvolver.

Um comentário:

  1. Excelente entrevista. Muito enriquecedora. É valioso conhecer o passado da empresa, conhecendo as dificuldades enfrentadas e os acertos que fizeram da nossa empresa o que ela é hoje!!

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